sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Oriente Médio

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O Oriente Médio faz parte do mundo islâmico;
Região que se estende da costa atlântica da África até a fronteira com Índia e Paquistão;
No sentido norte e sul, desde o Cazaquistão e Rússia até a região dos lagos africanos;
Com certa descontinuidade espacial, encontramos manifestações desse mundo islamizado em outros países, como Bangladesh, malásia, Paquistão e Indonésia;
Uma observação feita em regiões distintas do mundo islâmico mostra que em 36 países da região citada, os islamitas são a maior parte da população (mais de 76%);
Em 4 outros países são mais que 51%, constituindo-se, portanto, numa força demográfica, econômica e política respeitável;
O número de fiéis ao islamismo está crescendo rapidamente;
Segundo dados da ONU, ele aumenta 10% ao ano, constituindo-se na religião que mais se expandiu no mundo na segunda metade do século XX;  
Em função disso, ingressamos no século XXI com o islamismo sendo a religião seguida por cerca de 1,7 bilhões de adeptos, superada apenas pelo conjunto dos cristãos, que somam 2,4 bilhões;
Esse processo de acelerada expansão vem ocorrendo de duas formas:
Conquista do Estado – É uma forma relativamente rara nos dias de hoje, embora tenha sido a principal forma de expansão na Antiguidade. Um dos poucos exemplos recentes é o Irã, onde o aiatolá (chefe religioso) Khomeini tomou o poder em 1979.
Conversão das pessoas – É a forma como mais cresce o número de adeptos na atualidade. Os líderes islamitas têm investido na construção de centenas de mesquitas e na difusão do Corão em mais de 50 países do mundo, inclusive no Brasil.
O Oriente Médio é caracterizado por profundos contrastes sociais, culturais e econômicos;
Em meio a desertos, com temperatura atmosférica que pode atingir mais de 45º C à sombra, surgem grandes cidades, onde modernos edifícios refrigerados por meio de sistemas de ar condicionado convivem com antigas e pobres construções feitas com argila amassada;
Lado a lado, eficientes poços artesianos e barrentos poços d’água dividem espaço;
O computador já é comum nas lojas e nos escritórios de diversos países da região, trazendo eficiência e modernidade;  
As tradições religiosas continuam dominando o cotidiano popular;
Cinco vezes ao dia o trabalho é interrompido, tudo fecha, tapetes são estendidos no chão e quase todos fazem suas preces voltados para Meca (cidade onde nasceu o profeta Maomé);
A modernização da economia e dos hábitos (trazida na maior parte das vezes, pelo capital conseguido com as exportações de petróleo e derivados) e a sua convivência com antigas tradições religiosas e culturais, caracterizando, assim, um mundo em transformação, mas que se mantém amarrado ao passado;
A origem do Islã se dá nas redondezas da cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, por volta do ano 600 d.C;
Naquela época, um pequeno mercador chamado Maomé relatou que, em um de seus retiros espirituais, recebeu a visita do anjo Gabriel;
O anjo lhe revelou a existência de um único Deus (chamado de Alá), criador do mundo e juiz de todos os homens;
Disse ainda que o Paraíso só seria atingido pelos homens que amassem a esse Deus com sinceridade absoluta, a ele dirigissem suas preces diárias e praticassem a caridade por toda a vida;
Maomé realizava a pregação da nova religião especialmente no povoado em que vivia;
Meca, nessa época era o centro de cultos politeístas e para onde se dirigiam milhares de peregrinos todos os anos; 
A nova religião pregada por Maomé era monoteísta e ameaçava essas crenças, pondo em risco os negócios dos comerciantes locais;
Fugiu para um povoado vizinho chamado Iatrebe, onde conquistou proteção e apoio popular;
Não demorou em unificar e chefiar várias tribos regionais, criando um poderoso exército;
O exército de crentes formado por Maomé passou a atacar caravanas que se dirigiam a Meca, enriquecendo e ampliando seu poder;
As constantes vitórias fortaleceram a unidade do grupo e chamaram a atenção de novas tribos, facilitando a expansão da nova religião;
Maomé fundou o islão, um estado teocrático, com sede na cidade de Iatrebe, que passou a ser chamada de Medina (Cidade do Profeta);
Foi a partir dessa época que o termo islamita começou a designar a pessoa que vive no Islão e segue a religião islamita, e o termo muçulmano, a significar aquele que é fiel e se submete ao Islã;
Maomé foi o construtor da primeira mesquita, estabeleceu a cobrança do dizimo entre os crentes e escreveu os princípios doutrinários do islamismo num livro chamado Corão;
O Corão é considerado depositário direto de das palavras de Deus, ditadas a Maomé por um anjo;
Seu credo, baseado na Lei islâmica (Shari’a), é constituído por seis normas básicas, conhecidas como os pilares do islamismo; 
São elas:
Shahada – a constante confissão de fé;
Salat – o culto através das preces, cinco vezes ao dia;
Zakat – os atos de caridade através da esmola e do dízimo; 
Hadj – a peregrinação dos homens a Meca ao menos uma vez na vida;
Saum – o jejum do Ramadã realizado no nono (mês sagrado) do calendário muçulmano;
Jihad – a Guerra Santa.
Os seguidores do islamismo separaram-se em diversos grupos. Destacam-se entre essas diferentes vertentes dois grupos:
Sunitas (fiéis à tradição) – Formam o grupo mais numeroso nos dias de hoje. São aqueles que seguem a Sunnah, ou seja, a prática do profeta. Segundo os sunitas, as palavras e os atos de Maomé devem ser seguidos durante toda a vida. Os muçulmanos sunitas caracterizam-se por sua moderação política e pelo forte senso comunitário; 
Xiitas (seguidores de Ali) – Surgiram após o quarto califa (primo e genro de Maomé, chamado Ali). Após sua morte no ano de 656, teve início a divergência que até hoje separa esse grupo dos sunitas. Os xiitas passaram a acreditar que somente os descendentes de Ali tinham direito de dirigir a comunidade islâmica, pois Maomé teria revelado os profundos versos do Corão, que desde então teriam passado de um imã para outro. O imã, divinizado pelos xiitas, é considerado infalível e portador da luz divina. Entre os xiitas, são comuns os rituais carregados de emoção e autoflagelação, pois consideram o sofrimento como benéfico para a alma. Já os sunitas, essa prática é inadmissível, sendo seus rituais e preces endereçados diretamente a Alá.      
A maioria da população do Oriente Médio é islamita sunita, mas no Irã e no Iraque os xiitas são maioria (90% e 55%, respectivamente);
Há duas exceções na região: Israel, onde mais de 80% da população é judia e o Líbano, onde quase 40% são cristãos;
Desde a criação do primeiro estado islâmico por Maomé, a expansão territorial desses povos seguidores do islamismo não cessou;
Após os quatro califas, teve início a Dinastia Omíada, que passou a controlar o poder islâmico e eleger os novos califas;
O governo foi transferido para Damasco (atual Síria), e a expansão territorial continuou, sendo marcada pela invasão da Península Ibérica (711);
No ano de 752, o poder islâmico, tomado pela Dinastia Absida, foi transferido para outra capital, Bagdá (no atual Iraque);
A partir do século XI, os turcos da região do Cazaquistão se converteram ao islamismo e se expandiu para o oeste, ocupando a cidade de Constantinopla em 1453;
A cidade de Constantinopla a passou a se chamar Istambul, tornando-se a nova capital islâmica e concentrando o poder nas mãos do sultão otomano;
Formou-se assim um dos maiores impérios desse período, o Império Turco-Otomano, que só teria fim e seria fragmentado, após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).           
Ed. Ática, geografia crítica. Imagens: google. 

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