domingo, 11 de agosto de 2013

Consequências da Guerra Fria

· Conferência de Bretton Woods, realizada nos Estados Unidos em 1944, reuniu os presidentes dos países Aliados e teve como principal objetivo planejar a estabilização da economia mundial, então abalada pela guerra.
· Entre as decisões tomadas estão: o dólar norte-americano tornou-se a moeda de referência no mercado internacional, ou seja, o valor das mercadorias comercializadas entre os países seria definido não mais pela libra esterlina inglesa como ocorria, mas pela cotação do dólar no mercado mundial; foram criadas duas organizações financeiras mundiais: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), cuja função era fornecer empréstimos financeiros aos países em dificuldades econômicas; foi instalado o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt) órgão supranacional que passaria a regular o comércio internacional.
As alianças militares na Guerra Fria
· O confronto direto entre Estados Unidos e União Soviética era evitado ao máximo, pois isso resultaria numa catástrofe planetária, esses países passariam a financiar diversos conflitos armados regionais como forma de cooptar um maior número de nações aos seus respectivos blocos. Durante aproximadamente quatro décadas de Guerra Fria, dezenas de conflitos armados ocorreram no planeta.
· A guerra do Vietnã recebeu uma investida maciça dos Estados unidos foi a que repercutiu mais intensamente na opinião pública internacional.
· Durante parte do conflito, os norte-americanos mantiveram no território vietnamita um efetivo militar composto de cerca de mais de 500 mil homens prontos para combater guerrilheiros comunistas do Vietnã.
· Após inúmeros combates e milhares de baixas, as forças norte-americanas foram derrotadas e reti8raram-se da região.
· Os vietcongues tomaram Saigon (capital do Vietnã do Sul) e, em 1976, o País foi oficialmente reunificado sob o regime comunista.
· Durante a Guerra Fria consolidaram-se alianças militares lideradas por Moscou e Washington, como a Organização do tratado do Atlântico Norte (OTAN) – aliança firmada em 1949 entre Estados Unidos, Canadá e países da Europa Ocidental – e o Pacto de Varsóvia – tratado estabelecido em 1955 entre a União Soviética, Albânia (que se retirou em 1968), Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Outras alianças foram criadas pelos norte-americanos na Ásia e Oceania, como forma de impedir o avanço socialista na região.
· A corrida armamentista entre as duas superpotências veio como forma de alcançar um equilíbrio de poder em escala mundial. Ambas acreditavam que, quanto mais bem equipadas militarmente, mais protegidas estariam de uma ofensiva do inimigo. Desenvolveram tecnologias bélicas altamente sofisticadas nas áreas aeronáutica, naval, espacial e terrestre, que foram aplicadas à fabricação de aviões de caça, navios, submarinos, tanques e mísseis, muitos deles carregados com ogivas nucleares (ogiva nuclear: artefato bélico que contém carga nuclear, sendo geralmente acoplado a um míssil de médio ou de longo alcance).
A conquista espacial
· O domínio tecnológico e científico espacial poderia definir a supremacia de uma ou de outra superpotência tanto no campo econômico como no campo político-ideológico. Simultaneamente à corrida armamentista, ocorreram importantes conquistas ligadas ao conhecimento do espaço sideral, como a criação de satélites artificiais, de naves tripuladas e de sondas de exploração que possibilitaram obter quantidades de informações sobre a Lua, o sistema solar e o Universo, ambos inexplorados.
· A URSS saiu na frente e em outubro de 1957, lançou ao espaço uma pequena esfera dourada dotada de um transmissor, o Sputnik, primeiro satélite artificial produzido pelo ser humano. Em novembro do mesmo ano, os soviéticos lançaram o Sputnik 2, que se destacou por ter sido a primeira nave tripulada  por um ser vivo (a cachorra Laika).
· No ano seguinte, os norte-americanos lançaram o Explorer I, satélite artificial que transportava aparelhos de pesquisa. Nessa mesma época foi criada a Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (Nasa), a agência espacial norte-americana.
· No ano de 1959, a URSS lançou o projeto Luna, que permitiu fotografar a superfície da lua pela primeira vez. Em abriu de 1961, os norte-americanos foram superados outra vez, com o primeiro voo tripulado pelo homem: o cosmonauta Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok I, foi o primeiro homem a orbitar a Terra. Sua frase “A Terra é azul”, é uma das mais famosas da história.
· A partir de então, o objetivo dos Estados Unidos passou a ser pisar na Lua. Foi investido um grande capital em pesquisas espaciais, que permitiu em 1962 que um norte-americano (John Gleen) também orbitasse o planeta. Em 1963, a União Soviética enviou ao espaço a primeira mulher, a russa Valentina Tereshkova.
· A hegemonia espacial dos dois países foi sendo colocada à prova diversas vezes. Foguetes e naves tornaram-se mais sofisticados, assim como o conhecimento de outros países e do Universo. Nem os acidentes ocorridos ambos conseguiram interromper a disputa.
· Em 1969, dois dos três astronautas da nave Apollo II pisaram na Lua, um evento transmitido ao mundo pela televisão. Após essa conquista, a corrida espacial estagnou. Em 1975, soviéticos e norte-americanos acoplaram suas naves no espaço, realizando experimentos e trocando informações. Chegando ao fim as grandes rivalidades. Talvez esse fato já demonstrasse o que mais alguns anos se tornaria público, a estagnação soviética e o fim de um período de 70 anos, desde Lênin e os bolcheviques até a Perestroika e a Glasnost.
· Nos anos 1980, os russos criaram a estação espacial Mir, pois dessa forma seria possível a instalação de módulos espaciais na órbita terrestre, com a finalidade de receber pesquisadores para longa permanência no espaço. Em março de 2001, após quinze anos de pesquisas, a Mir foi desativada.
· A conquista espacial trouxe diversos benefícios para a vida moderna. Vários produtos utilizados no dia a dia originaram-se de estudos com a finalidade da ida do homem ao espaço. Comidas desidratadas, o velcro usado para substituir os botões, a liga de carbono, muito leve usada como isolante térmico em espaçonaves, também para armações de óculos. Diferentes tipos de tintas, técnicas de análises de imagens, máquinas em miniatura, ferramentas e o teflon utilizado em panelas.
A tecnologia das imagens orbitais e a Guerra Fria
· A corrida armamentista e espacial possibilitou o surgimento de novas tecnologias pelas superpotências com a finalidade de conhecer e espionar os territórios alheios. A partir dos anos 1950 paralelamente aos avanços bélicos e espaciais, houve um grande avanço no desenvolvimento de técnicas de sensoriamento remoto.
· Aviões equipados com câmeras aerofotográficas. Aeronaves utilizadas em atividades de espionagem visando bases militares, equipamentos de guerra. Essas aeronaves eram utilizadas em espionagem, dessa forma poderiam localizar bases militares, equipamentos e deslocamento de tropas determinando assim, alvos e estratégias mais eficazes.
· Entre os principais aviões espiões fabricados durante a Guerra Fria está o norte-americano U-2, capaz de obter imagens em qualquer condição climática dos territórios inimigos por meio de câmeras e potentes radares. As imagens obtidas pelo U-2 permitiram que os norte-americanos descobrissem operações secretas soviéticas.
· Outro legado tecnológico fundamental foi o desenvolvimento das imagens orbitais obtidas por meio de satélites artificiais. Primeiro foram desenvolvidos os satélites artificiais de comunicação e, a partir da década de 1960, surgiram os satélites de monitoramento climático, oceânicos e ambientais.
· Nos anos 1970, o governo brasileiro criou o Projeto Radam da Amazônia, com base na tecnologia de radares para obtenção de imagens orbitais desenvolvida pelos norte-americanos.
· O Projeto Radam tinha o objetivo de realizar um grande levantamento dos recursos do solo e do subsolo da região. Com o auxílio da Nasa, a força aérea brasileira equipou um avião com radar e instrumentos  específicos  para obtenção de imagens, até então inéditas, da área da floresta.
· Em 1975, o projeto passou a ser denominado Radam Brasil, produzindo imagens de todo o território nacional, permitindo um mapeamento geomorfológico, geológico, botânico e cartográfico de nosso país.
Tipos de satélite
· Satélites meteorológicos: permite aos cientistas monitorar o deslocamento de massas de ar e correntes marítimas, além da formação de fenômenos atmosféricos.
· Satélites de recursos terrestres: seus sensores eletrônicos especiais possibilitam o monitoramento de extensas áreas da superfície do globo, gerando imagens de regiões habitadas e transformadas pela ação humana.
A nova ordem e o mundo multipolar
· A extinção da União Soviética e a reaproximação dos países da Europa Oriental e as potências capitalistas levaram  o socialismo a um enfraquecimento em escala mundial. A velha ordem bipolar, caracterizada pela oposição entre capitalismo e socialismo, deu lugar a uma nova realidade geopolítica. Atualmente, apenas alguns países adotam o regime socialista, entre eles China, Coréia do Norte e Cuba.
· A crise soviética favoreceu a aproximação socioeconômica entre Inglaterra, França e Alemanha, resultando na criação da União Europeia (UE), juntamente com Japão e Estados Unidos passaram a dividir a hegemonia mundial no plano econômico.
· A União Europeia surgiu no começo da Guerra Fria, possibilitando aos países da Europa Ocidental ajudar-se mutuamente promovendo a reconstrução de suas economias. Nas últimas décadas, a UE consolidou-se e tornou-se o maior bloco econômico do mundo.
· O governo do Japão recebeu grandes investimentos do governo norte-americano reerguendo a economia do país. Na década de 1980 o Japão já despontava como a segunda economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.

· No início da década de 1990, uma nova ordem geopolítica mundial surgia. Composta de vários polos ou centros de poder, dos quais se destacam EUA, EU e Japão. O sistema econômico em questão é o capitalismo constituindo o chamado mundo multipolar.

Fonte: Geografia, Espaço e Vivência. Ed. Saraiva, 2010. 

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