domingo, 27 de março de 2011

Nas profundezas do planeta Terra

           
    
Por muito tempo a humanidade imaginou que a Terra fosse oca. As descobertas sobre a matéria que compõe o interior do planeta foram sendo feitas gradativamente. Hoje se sabe que a Terra se é composta de camadas diferentes, que seu diâmetro é de 12.756,27 km e seu raio, em torno da linha do Equador, é de aproximadamente 6378 Km. Mas, apenas os primeiros 11 km puderam ser perfurados e sondados: o poço mais profundo do mundo é de 11.680 metros de profundidade, foi perfurado, em fevereiro de 2008, pelo grupo petrolífero americano ExxonMobil, na jazida russa de Sakhalin-1.
Nas camadas superficiais da Terra, a temperatura aumenta conforme a profundidade. Essa elevação pode variar de acordo com a proximidade de vulcões ou com o tipo de rocha, mas, em condições normais, gira em torno de 1 °C a cada 33 metros de profundidade – o chamado grau geotérmico.
A temperatura não continua a aumentar nessa proporção até o centro da Terra. Calcula-se que no interior (núcleo) do planeta a temperatura chegue a 4.000 °C.
Cento e nove Terras seriam necessárias para cobrir o disco do Sol, e em seu interior caberiam 1,3 milhões de Terras. A camada externa visível do Sol é chamada fotosfera, e tem uma temperatura de 6.000°C.
A tecnologia que existe hoje não permite a observação direta das camadas internas da Terra. Por isso, as hipóteses científicas são elaboradas com base em métodos indiretos de investigação, por exemplo, comparando a composição de materiais terrestres à de meteoritos – pedaços de matéria que circulam no espaço sideral capazes de atravessar a atmosfera e chegar à superfície, considerando que eles tiveram a mesma origem e evolução dos materiais terrestres.
Outro método utilizado é a sismologia, isto é, o estudo do comportamento das ondas sísmicas (vibração, velocidade e trajetória), que atravessam as camadas inferiores do planeta.
Os dados sismológicos indicam a existência de descontinuidade entre as camadas com diferentes propriedades. Por exemplo, a variação da velocidade de propagação das ondas sísmicas do tipo P (longitudinais) indica uma descontinuidade abrupta e bem definida entre a crosta e o manto (a velocidade aumenta bruscamente), conhecida como descontinuidade de Mohorovicic.
O sismólogo croata Andrija Mohorovicic, descobriu o limite entre a crosta e o manto. Seu cálculo teve por base a velocidade das ondas sísmicas.
A partir desses métodos, foram reconhecidas três camadas principais, com densidade, estado físico, temperatura, pressão e espessura diferentes: a crosta, o manto e o núcleo.
A crosta terrestre, camada superficial mais externa do planeta, guarda informações sobre a evolução da Terra e das formas de vida que habitaram. Marcas ou vestígios de animais que viveram há milhões de anos podem ser preservados em rochas, gelo ou âmbar (resina fóssil amarelada semitransparente, atribuída a um pinheiro do Período Triássico).

A Terra: idade e evolução

Até o início do século XVIII, poucas pessoas cogitavam a hipótese de que a idade da Terra fosse superior a 6 mil anos. A igreja católica se baseava na Bíblia (livro Gênese) para datar a Terra. Segundo a igreja católica, a Terra havia sido criada em 14 de Outubro à tarde, há 6000 anos.
James Hutton, um pesquisador da época percebeu que o processo que levou à formação de tais rochas, era muito mais lento e antigo, não se tratava de centenas ou milhares de anos, mas muitos milhões de anos. Após herdar as terras de seu pai começou a pesquisar a origem das rochas, pois achava estranho como estas afloravam em seu terreno. Começava a Geologia moderna.
O cientista inglês Kelvin, usou a termodinâmica para datar o planeta e baseando-se nas erupções vulcânicas, lançou a teoria de que o planeta era uma esfera de lava incandescente, sendo assim, datou a Terra em vinte milhões de anos. Esse seria o tempo que levaria para o magma resfriar-se.
Somente no final do século XIX e início do século XX, com o aprofundamento das descobertas no campo da radioatividade, foi possível datar as rochas e, a partir disso, estimar a idade da Terra.

Métodos de datação


As diferentes formas de investigação da escala de tempo das rochas, da evolução da vida e da própria Terra dá-se o nome de geocronologia.
O método de datação mais utilizado envolve a análise da presença de elementos radioativos nas rochas e nos minerais. Essa técnica permite que se faça a chamada datação radiométrica, ou seja, a medida da idade dos minerais por meio da medição da quantidade de energia emitida pelos elementos radioativos.
Todo elemento radioativo sofre um processo de desintegração natural chamado transmutação, em que seus átomos se transformam em átomos de outro elemento químico num certo período de tempo. O período no qual metade dos átomos de uma amostra sofre transmutação é chamado de meia-vida.
O urânio-238, por exemplo, depois de um longo processo de transmutações, transforma-se em chumbo-206, sendo um excelente datador de rochas, pois é abundante e tem meia-vida longa (cerca de 4,5 bilhões de anos). Já o carbono radioativo (C14) absorvido pelos seres vivos se desintegra quando esses seres morrem, formando o nitrogênio. Com meia-vida de cerca de 5.700 anos, mostra-se adequado à datação de achados arqueológicos mais recentes, de origem orgânica.
No processo de datação, calcula-se a proporção entre o número de átomos radioativos e o de átomos resultantes da transmutação. Sabendo-se que esse fenômeno ocorre em um intervalo de tempo previsível, pode-se sabe o tempo que o processo se iniciou. Outro método de datação analisa a quantidade de traços latentes, marcas produzidas ao longo do tempo nos minerais por desarranjos na sua estrutura. Essas faixas de instabilidade são provocadas, em geral, pela presença de ele mentos como o urânio.
Em 1911, Arthur Holmmes, estudante de Geologia descobriu que a datação radiométrica era mais precisa, pois uma partícula de Urânio radioativo decompõe-se em Chumbo. Holmes mediu a proporção de Urânio e Chumbo presos em cristais de velhas rochas, dessa forma conseguiu datar com precisão a idade do planeta. (No interior do planeta, existem partículas radioativas de Urânio, Tório e Potássio em abundância, pois essas partículas e o calor produzido na decomposição das mesmas mantém o interior do planeta extremamente quente e por um tempo imensamente longo).


A escala geológica de tempo


A sucessão de eventos desde o presente até a formação da Terra, chamada de escala de tempo geológico foi baseada na geocronologia.
Essa linha de tempo pode ser dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades. O maior período de tempo é o éon.


A divisão dos éons

Hadeano


Época de formação da Terra, os elementos que viriam a constituir o planeta encontravam-se sob temperaturas muito elevadas. Esse tempo é considerado o éon mais antigo. Nesse período, minerais densos como o ferro afundaram, formando o núcleo do planeta. Na superfície, um oceano de magma (material pastoso em alta temperatura), menos denso, resfriava-se lentamente, formando uma crosta fina que deu origem às primeiras rochas. Meteoros e cometas bombardeavam constantemente o planeta.

Arqueano


Neste éon consolidou-se a crosta terrestre. O planeta cedeu calor e o vapor-d’água contido na atmosfera primitiva se precipitou, ocorrendo as primeiras chuvas. Com isso, formou-se um oceano muito quente, onde surgiram as primeiras formas de vida: os organismos unicelulares.
Caracterizado pelo domínio dos processos de formação da crosta terrestre, em que surgiram os escudos cristalinos, nos quais encontramos as mais antigas formações de relevo.


Proterozoico

Este éon foi o mais longo de todos (2 bilhões de anos). Caracterizado por intensa atividade vulcânica, trouxe o magma do interior da Terra para a superfície, originando os grandes depósitos minerais metálicos, como o ferro, manganês, ouro, etc. distribuídos pelas mais variadas regiões do planeta. No final do Proterozoico surgiram os organismos multicelulares, ainda nos oceanos. Algas e bactérias, ao liberarem oxigênio, mudaram a composição da atmosfera e possibilitaram novas formas de vida.

Fanerozoico
Esse éon caracteriza-se pela divisão das eras. Uma complexa teia de vida surgiu no planeta. Desenvolveram-se peixes, corais, moluscos, plantas terrestres, insetos, anfíbios e répteis. As frequentes mudanças climáticas provocaram extinções em massa de muitas espécies.

Eras
Paleozoica

Era de grande atividade transformadora da superfície, em que surgiram alguns conjuntos montanhosos como os Alpes Escandinavos (Europa) e os Montes Apalaches (Estados Unidos). No Período Carbonífero os continentes formavam uma única e gigantesca massa continental, conhecida como Pangeia. Pântanos e florestas de samambaias e coníferas se formaram e foram recobertos por sedimentos e glaciações, constituindo os grandes depósitos de carvão que exploramos atualmente.
A era Paleozoica dividiu-se em 6 períodos: Permiano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano.

Mesozoica

Era em que houve intenso vulcanismo e consequente derrame de lavas em várias partes do globo. Também foi marcado pelo processo de sedimentação dos fundos marinhos, o que originou grande parte das jazidas petrolíferas hoje conhecidas (Separação dos continentes).
A era Mesozoica dividiu-se em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo.

Cenozoica 

Divide-se em dois longos períodos. O primeiro, denominado Terciário, iniciou-se com intensa atividade orogenética (movimento da crosta) que originou os dobramentos modernos, com as mais altas cadeias de montanhas da Terra, como os Andes (América do Sul), os Alpes (Europa) e o Himalaia (Ásia).
O segundo, denominado Quaternário, perdura até hoje: nele ocorreram as grandes glaciações, e os continentes e oceanos adquiriram seus contornos atuais, em decorrência do movimento das placas tectônicas (denominado deriva dos continentes).

A era Cenozoica dividiu-se em 2 períodos: o Terciário que compreende 5 épocas, Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno e Piloceno. O quaternário é o segundo período e compreende duas épocas, Pleistoceno e Holoceno. A comunidade científica já cogitou introduzir uma nova época, o Antropoceno, mas não ficou decidido.


terça-feira, 22 de março de 2011

Capitalismo

Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de atividades comerciais.
Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista: lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios.
Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo
Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas: busca dos lucros, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais.
Segunda Fase: Capitalismo Industrial
No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios ( queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período.
O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato.
Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As populações destes continentes foram dominadas a força e tiveram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas europeias.
Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.
Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comercio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico atual.

Socialismo

Engels e Marx
Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de um sistema que visa à igualdade social e a passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, deveria-se passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma burocracia, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não existiria.
Características do socialismo
Diferentemente do que ocorre no capitalismo, onde as desigualdades sociais são imensas, no qual ilusoriamente quem trabalha mais ganha melhor, o socialismo é um modo de organização social no qual existe uma distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, com a finalidade de proporcionar a todos um modo de vida mais justo.
Sabe-se que as desigualdades sociais já faziam com que os filósofos pensassem num meio de vida onde as pessoas tivessem situações de igualdade, tanto em seus direitos como em seus deveres; porém, não é possível fixarmos uma data certa para o início do comunismo ou do socialismo na história da humanidade. Podemos, contudo, afirmar que ele adquiriu maior evidência na Europa, mais precisamente em algumas sociedades de Paris, após o ano de 1840 (Comuna de Paris).
Na visão do pensador e idealizador do socialismo, Karl Marx, este sistema visa a queda da classe burguesa que lucra com o proletariado desde o momento em que o contrata para trabalhar em suas empresas até a hora de receber o retorno do dinheiro que lhe pagou por seu trabalho. Segundo ele, somente com a queda da burguesia é que seria possível a ascensão dos trabalhadores.
A sociedade visada aqui é aquela sem classes, ou seja, onde todas as pessoas tenham as mesmas condições de vida e de desenvolvimento, com os mesmos ganhos e despesas. Alguns países, como, por exemplo, União Soviética (atual Federação Russa), China, Cuba e Alemanha Oriental adotaram estas ideias no século XX. A mais significativa experiência socialista ocorreu após a Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques liderados por Lênin implantaram o socialismo na Rússia.
Porém, após algum tempo, e por ser minoria num mundo voltado para o lucro e acúmulo de riquezas, passaram por dificuldades e viram seus sistemas entrarem em colapso. Foi a União Soviética que iniciou este processo, durante o governo de Mikail Gorbachov (final da década de 1980), que implantou um sistema de abertura econômica e política (Glasnost - reestruturação e Perestroika - transparência) em seu país. Na mesma onda, o socialismo foi deixando de existir nos países da Europa Oriental.

Lembranso sempre, o socialismo pregado por Lênin, nunca fora conhecido, pois o líder bolchevique morreu em 1924 e seu sucessor Josef Stalin governou a URSS com mão de ferro. O socialismo tão sonhado nunca existira, não o de Vladimir IIIich Ulianov.

Medvedev


Dmitry Anatolyevich Medvedev, terceiro presidente da Federação Russa, empossado em maio de 2008. Nasceu em Leningrado, atual São Petersburgo no ano de 1965, formado em direito pela Universidaade Estadual de Leningrado.
Indicado à presidência por seu antecessor Vladimir Putin, Medvedev é um bom presidente, mas vive quase a sombra do ex-presidente. Putin não é mais presidente, mas é o homem forte de seu país, como primeiro ministro é ele quem controla o país.

domingo, 20 de março de 2011

Putin


Vladimir Vladimirovich Putin, iniciou sua carreira política como vice-prefeito de São Petersburgo (antiga Leningrado)em 1994. Serviu na KGB, serviço secreto russo durante 15 anos e chegando ao posto de coronel.
Tornou-se secretário do Conselho de Segurança e, depois, primeiro-ministro de Ieltsin. Após a renúncia de Ieltsin em 31 de dezembro de 1999, Putin foi nomeado presidente interino da Rússia. Vladimir Putin é um vencedor também dos tatames, graduado em Sambô e campeão na modalidade. Seu mandato durou até 2008.

Ieltsin


Boris Nikolaievich Ieltsin, nomeado então vice-primeiro-ministro para a Construção, em 1990 foi eleito presidente do Congresso dos Deputados da Rússia, impulsionando a Perestroika. Em agosto de 1991, opôs-se ao golpe contra Gorbachev. Foi o primeiro presidente eleito democraticamente na Rússia em 1991, após o fim da União Soviética.
A saúde delicada de Ieltsin e as críticas que vinha recebendo, acabou renunciando em 31 de dezembro de 1999. Nomeou para suceder-lhe o primeiro-ministro Vladimir Putin.

Gorbatchev

Mikhail Sergueievitch Gorbatchev foi o último secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991, implantou a Perestróika (reestruturação) e a Glasnost (tranparência). Como último líder da era URSS, conduziu o fim da Guerra Fria com os Estados Unidos e seu governo marcou a perda de poder do Partido Comunista, e a consagração de um projeto de transparência política e reestruturação econômica do país. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1990. Um golpe militar, em 1991, forçou-o a abandonar o seu cargo de Secretário-geral do Partido Comunista e o colocou em prisão domicilaiar. O povo russo reagiu ao golpe, sob a liderança de Boris Ieltsin e o regime comunista soviético acabou caindo.

Konstantin Chernenko


Konstantin Ustínovitch Chernenko dedicou sua carreira política ao Partido Comunista, tendo grande importância durante o governo de Stalin e Brejnev. Perdeu a disputa pelo poder com Andropov, mas foi eleito o secretário-geral do partido com a morte do colega em 1984. Coordenou uma reforma educacional na União Soviética e uma reestruturação burocrática do estado. Chernenko ficou apenas um ano no poder. Com problemas de saúde, morreu em 10 de março de 1985. Foi sucedido por Mikhail Gorbatchev.

Andropov


Yuri Vladimírovitch Andropov foi o quinto governante soviético após Lênin. Como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, governou de 12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984, morreu aos 69 anos de idade. Andropov foi o primeiro chefe da KGB, a polícia secreta soviética, a ser indicado para comandar a URSS. Ficou pouco mais de um ano no poder, quando morreu vítima de problemas renais. Nunca se encontrou com o presidente americano Ronald Reagan. Andropov recebeu no ano de 1983 uma carta da americana Sara Smith de 13 anos, pedindo-lhe que reconsiderasse a Guerra Fria e um ataque nuclear. A menina viajou a Moscou e encontrou-se com o então presidente Andropov.

Brejnev



Nos 18 anos de poder (1964 - 1982), o governo de Brejnev exerceu severo controle sobre os países da Europa Oriental. O contato com os Estados Unidos foi retomado durante a presidência de Richard Nixon (1968-1974). Mas as conversações sobre limitação de armas nucleares acabaram interrompidas em decorrência da invasão soviética do Afeganistão, em 1979. Nesse país, o exército soviético interveio para sustentar um governo pró-Moscou que acabara de derrubar a monarquia. O governo de Brejnev foi marcado por uma semelhança com o de Stalin, o uso da força e o controle total.

Kruschev


Nikita Kruschev, governou a URSS de 1953 a 1964. Durante a Segunda Guerra Mundial, Nikita Kruschev participou da batalha de Stalingrado e da libertação de Kiev. Kruschev enfrentou momentos de tensão em encontros com o presidente norte-americano Eisenhower, em 1959, e no ano seguinte quando se reuniu com John F. Kennedy.
Foi no governo de Kruschev em 1961 que fora construído o Muro de Berlim, uma forma de controlar a saída do lado oriental para o lado ocidental.
Em 1962 Kruschev tentou instalar mísseis em Cuba, sob o pretexto de conter uma eventual ofensiva norte-americana. O fato causou pânico na opinião pública mundial, e ficou conhecido como "Crise dos Mísseis".

Presidentes russos

Vladimir Ilitch Ulianov (Lênin), líder Bolchevich introdutor do socialismo na Rússia (URSS), mas não chegou a governar. Casado com Nadejda Krupskaya, se afastou do poder em 1922 vindo a falecer em 1924.

Países

Rússia (Federação Russa)
Geografia
País dividido pelos Montes Urais, abrange parte da Europa Oriental e da Ásia. No lado ocidental, citamos Moscou, no lado oriental Vladvostok, importante porto do país e contraste entre os dois extremos. Também conhecido por Federação Russa, o país foi o centro político do Império Russo (1721 a 1917) e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. É banhado pelo oceano Ártico, a norte, pelo oceano Pacífico, a leste, e pelos mares Negro e Cáspio, na sua parte meridional. A Rússia faz fronteira terrestre com a Noruega, a Finlândia, a Polónia, a Estónia, a Letónia, a Lituânia, a Bielorrússia e a Ucrânia, a oeste, e com a Geórgia, o Azerbaijão, o Cazaquistão, a China, a Mongólia e a Coreia do Norte. Tem ainda um pequeno enclave entre a Polónia e a Lituânia que abre para o mar Báltico. A Rússia é o maior país do Mundo, com um comprimento máximo de 7700 quilómetros e uma largura de 2800 quilómetros, totalizando uma área de 17 075 400 km2. As principais cidades são Moscou, São Petersburgo, Ninji Novgorov , Novosibirsk, Yekaterinburgo, Rostov-na-Donu, Kasan.
O território russo pode ser dividido geograficamente em seis regiões: a região de Kola-Carélia, situada no Noroeste da Rússia, caracterizada por planaltos de baixa altitude; a planície Russa, que não é mais do que uma extensão da planície Oriental Europeia; a região dos montes Urais, situada a leste da planície Russa, que é constituída por uma sucessão de planaltos e montanhas de relativa baixa altitude (uma média de 1200 metros), a planície Siberiana Ocidental, que é a maior das regiões russas e contém alguns dos maiores pântanos do Mundo; mais a leste, o planalto da Sibéria Central, delimitado pelo rio Ienissei (a oeste) e pelo rio Lena (a leste), registando altitudes entre os 300 e os 690 metros; e, finalmente, mais a sul e a leste, a região das altas montanhas, que representa 1/4 do território russo e é constituída por uma sucessão de cadeias montanhosas de origem geológica diversificada, destacando-se a zona vulcânica da península de Kamchatka (na costa do Pacífico), com uma altitude média de 3000 metros, tendo como ponto mais alto o vulcão Klyuchevskaya (4675 metros).

Clima
As regiões mais setentrionais possuem um clima ártico, caracterizado pelas baixas temperaturas ao longo do ano, apenas com os meses de verão a registarem médias positivas. Norilsk e Yakutsk, na Sibéria, são considerados os locais habitados mais frios do mundo, com temperaturas anuais médias de cerca de - 10 ºC. A sul da região ártica, o clima é frio continental, com invernos extremamente rigorosos e verões curtos. Na parte ocidental do país o clima é temperado continental, com invernos rigorosos e verões quentes, e com precipitações mais abundantes.

Economia
A Rússia dispõe, não só de uma enorme quantidade de recursos energéticos (carvão, petróleo, gás natural e hidroenergia) e minerais (cobalto, crómio, cobre, ouro, chumbo, manganésio, níquel, platina, volfrâmio, vanádio e zinco), como também de praticamente todas as matérias-primas requisitadas pela indústria moderna.
O setor industrial assenta as suas estruturas e desenvolvimento nas indústrias ligadas ao fabrico de máquinas (turbinas, geradores elétricos, utensílios de construção, automóveis, locomotivas, etc.), de produtos químicos e de roupa e calçado (existem mesmo cerca de 30 cidades cuja população se dedica, exclusivamente, à indústria têxtil), enquanto a agricultura obtém da produção cerealífera (sobretudo trigo e cevada) a maior parte dos seus rendimentos. Também a silvicultura e a atividade piscatória são de grande importância económica, pois a Rússia não só tem a maior reserva florestal do Mundo, como vê a sua imensa frota pesqueira ter acesso às duas mais importantes áreas de pesca: os oceanos Atlântico e Pacífico. Os principais parceiros comerciais da Rússia são Alemanha, Estados Unidos da América, Itália e China.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 9,8.

População
Em 2011 é de 140 366 561 habitantes (dados do IBGE). As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 11 por mil e 16 por mil. A esperança média de vida é de 67,02 anos. O valor do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,719. O que se nota é que a taxa de natalidade vem caindo e o que somava a dez anos atrás formou um contraste na população que era de 147 milhões para o total atualmente. Os principais grupos étnicos são os russos, os tártaros, os ucranianos, os basquires, os bielorrussos, os mordovianos e os chechenos. As religiões mais representativas são o Cristianismo Ortodoxo Russo e o Islamismo, representando os não religiosos cerca de 72% da população. O idioma oficial é o russo.

História
São do século II a. C. os primeiros registos históricos sobre povos habitantes da Rússia (indo-europeus e uralo-altaicos), mas só durante os séculos VIII e IX se estruturou a civilização ancestral da Rússia e da Ucrânia: a civilização Rus, que, do século X ao século XII, foi dirigida pelos príncipes de Kiev.
Moscou, que se tornou uma cidade próspera durante o domínio mongol (século XIII), começou a assumir um papel de liderança das terras russas no século XIV, fruto não só da ligação estabelecida entre os príncipes de Moscovo e a Crimeia e o patriarcado de Constantinopla, como também da sua excelente situação geográfica, que a ligava aos principais rios navegáveis e às regiões agrícolas e produtoras de peles. No entanto, outros centros prosperavam, como a Lituânia, Tver e Novgorod, servindo de travão às pretensões expansionistas de Moscou. E só após as conquistas de Novgorod (1478), de Tver (1485) e de grande parte das cidades lituanas (até 1503), é que Moscou (governada por Ivan III - 1462-1505) conseguiu definitivamente consolidar o seu poder na região.
A morte de Vasily III (filho de Ivan III) trouxe consigo um período de instabilidade política, pois o seu filho e sucessor natural, Ivan, tinha apenas três anos na altura da morte de Vasily, dando origem, portanto, a um período de governação sob a regência da sua mulher Yelena Glinskaya, que se mostrou incapaz para exercer tais funções. Esta situação só foi eliminada com a emergência social dos boiardos, que lideraram um programa de reformas políticas, de onde se destaca o restabelecimento da monarquia, na figura do Czar, título atribuído, pela primeira vez, a Ivan IV, que viria a ser conhecido por Ivan, o Terrível, graças às suas façanhas militares sobre os países vizinhos. Mas seria só em 1721 que a Rússia assumiria o nome de Império Russo, facto que ocorreu por vontade do czar Pedro, o Grande, que, simultaneamente, recebeu o título de imperador. Aliás, a governação de Pedro I (1689-1725) merece destaque, não só pela medida supracitada, mas também pelo conjunto de reformas por ele levadas a cabo com o objetivo de ocidentalizar a Rússia, ou seja, torná-la num país mais europeu. Estas reformas foram seguidas, quer pela imperatriz Elisabeth (1741-1762), quer pela imperatriz Catarina da Rússia (1762-1796), que anexou à Rússia a Crimeia, a Ucrânia e parte do território polaco.
Dois factos marcam a história russa no século XIX: as guerras napoleónicas, que nos primeiros anos desse século impediram Alexandre I (1801-1825) de manter a política iniciada por Pedro I, e a abolição da classe servil por Alexandre II (1855-1881), medida reclamada desde a época de Catarina II e responsável pelo assassinato de Alexandre II. Também o século XX não começa da melhor maneira, pois a Rússia sai derrotada da guerra que manteve com o Japão em 1904-1905. Consequentemente, inúmeras greves e distúrbios populares abalam o império, obrigando o czar Nicolau II a permitir a criação de um parlamento nacional (Duma), que seria responsável pela destituição do czar em março de 1917 e pelo estabelecimento de um governo provisório democrático, na sequência do desastre em que se tinha tornado a participação russa na Primeira Guerra Mundial (no outono de 1915, a Rússia já tinha perdido mais de um milhão de homens). Contudo, em novembro desse ano, os bolcheviques (socialistas radicais), liderados por Lenine, deram corpo às aspirações soviéticas e tomaram o poder, dando origem a uma guerra civil que terminou em 1920 com a derrota definitiva dos mencheviques (socialistas moderados) e a vitória dos bolcheviques e dos seus ideais comunistas. Daqui ao aparecimento da URSS foi um pequeno passo, que se desenhou a 30 de dezembro de 1922 e se tornou efetivo a 6 de julho de 1923. A Rússia passou a ser o centro da URSS, e o Partido Comunista Soviético o seu cérebro.
Lenine, que morreu em 1924, teve em Estaline um digno sucessor, pois foi sob o regime estalinista que a União Soviética se tornou numa potência mundial, graças ao rápido crescimento industrial verificado e à coletivização da agricultura. O clímax da governação de Estaline ocorreu durante e após a Segunda Guerra Mundial, já que a URSS desempenhou um papel fundamental na derrota do nazismo, assumindo-se, posteriormente, como potência administrativa dos países do leste e anexando países, como a Estônia. Nikita Khrushchev, que subiu ao poder com a morte de Stalin (1953), delineou a sua atuação pela oposição às políticas norte-americanas e pelo abrandamento das restrições sociais, mas acabaria por ser deposto em 1964 por Leonid Brezhnev, que governou a URSS até 1982. A Yuri Andropov (1982-1984) e a Konstantin Chernenko (1984-1985) sucedeu Mikhail Gorbachev na presidência da URSS. Gorbachev entraria na história como o responsável pelas políticas de reestruturação (Perestroika) política e económica e pela abertura (Glasnost) ao diálogo na sociedade soviética. Estas políticas reformistas minaram o poder monopolista do Partido Comunista na sociedade - facto que esteve na origem da tentativa de golpe de estado levada a cabo pelos comunistas nos dias de 19 a 21 de agosto de 1991. Só que esta tentativa teve um efeito contrário, tornando irreversível o pluralismo e a democratização do sistema político e levando mesmo à dissolução da URSS a 25 de dezembro desse ano. Boris Ieltsin, presidente russo eleito em junho de 1991 e líder da oposição ao golpe de estado de agosto desse ano, tornou-se assim o primeiro presidente da Federação Russa, personalizando os desejos de ocidentalização deste país. No entanto, Ieltsin deparou-se, praticamente desde o início, com a oposição dos deputados conservadores russos (constituídos por ex-comunistas e por nacionalistas).
Em 1993, Boris Ieltsin propõe a referendo popular uma nova constituição, que lhe atribuía maiores poderes políticos, dos quais se destaca o poder de propor o Primeiro-Ministro e o governo ao Duma e, caso este rejeitasse, o poder de dissolver o Duma. Ieltsin esperava que os resultados do referendo se tornassem num claro sinal de apoio popular às suas políticas, mas os escassos 55% de votos favoráveis à aprovação desta constituição (mais tarde, um relatório que Ieltsin ignorou constatava que, na verdade, apenas 46% tinham votado favoravelmente) mostraram a pouca confiança do povo russo nestas medidas.
O conflito institucional Ieltsin/Duma tem marcado a vida política da Rússia, graças aos permanentes desafios lançados pelo parlamento, de que são exemplos a moção de censura aplicada ao governo em outubro de 1993 ou a atribuição de anistias aos líderes do golpe de estado de 1991, também responsáveis pelos confrontos com a polícia organizados em 1.º de maio de 1993. Espelho deste conflito é o próprio governo, já que, se no início era constituído na totalidade por ministros do partido reformista Russia's Choice, a verdade é que, por pressão dos comunistas e dos nacionalistas, Ieltsin foi forçado a fazer constantes remodelações governamentais, substituindo os reformistas por membros dos partidos mais conservadores.
Entretanto, estala uma crise na Chechênia, república que, apesar de se ter declarado independente em 1991 pela voz do seu presidente, Dzhokhar Dudayev, permanecia sob a administração russa. Esta crise, provocada pelos combates entre o governo independentista checheno e os partidos pró-Rússia da oposição, levou a que Boris Ieltsin, interessado em manter na Federação Russa aquela república riquíssima em petróleo, mandasse encerrar as fronteiras daquele território a 10 de dezembro de 1994, dando luz verde à invasão militar russa. No entanto, a progressão no terreno das tropas russas foi bastante lenta, e mais problemático foi assegurar o controlo de Grozny, a capital da Chechénia. Tal fato veio demonstrar a confusão instalada no seio dos comandos militares quanto à oportunidade ou ao proveito inerentes a esta iniciativa bélica tomada por Ieltsin, tanto mais que muitas foram as críticas, quer internas, quer externas, dirigidas ao presidente russo. Destaque-se, aliás, a mudança verificada na política externa seguida por Boris Ieltsin, pois, para além de ignorar as críticas que lhe foram dirigidas na sequência da invasão militar da Chechénia, efetuou um discurso bastante crítico às pretensões da NATO em alargar a sua influência aos países do leste. Este discurso serviu para demonstrar a intenção russa de permanecer como o país dominante naquela região, satisfazendo em parte os opositores internos à ocidentalização da política russa que, simultâneamente, defendiam um aprofundar do papel da Rússia no seio da entretanto criada Comunidade de Estados Independentes (CEI). Esta corrente foi perfeitamente demonstrada pelas divergências russas relativas às tomadas de posição dos países ocidentais, quer durante a Guerra do Golfo, quer durante o conflito na ex-Iugoslávia.
A 31 de dezembro de 1999 Boris Ieltsin demitiu-se do cargo de Chefe de Estado, tendo recomendado Vladimir Putin para o lugar, por considerar que era o político ideal para manter uma Rússia unida. Vladimir Putin foi eleito em 2000 e reeleito quatro anos mais tarde, Putin saiu da presidência, mas não do poder, escolhido como primeiro ministro no governo de Dimitri Medvedev.