domingo, 11 de dezembro de 2011

Conflitos no Oriente Médio

Þ  Região de grande instabilidade política;
Þ  Posição geográfica, confluência dos três continentes que formam o Velho Mundo;
Þ  Palco de intensas disputas territoriais desde a Antiguidade;
Þ  Diversos fatores influenciaram na determinação da instabilidade regional;
Þ  Diversidade de cultura, antagonismos religiosos, múltiplas formas de organização política e econômica e o interesse das grandes potências mundiais pelo petróleo;
Þ  Conflitos regionais: questão palestina e a guerra entre árabes judeus;
Þ  A Palestina foi habitada mais de um milênio pelos antigos hebreus, que se instalaram entre 1400 e 1330 a.C.;
Þ  A Palestina foi anexada ao Império Romano em 63 d.C.;
Þ  A invasão levou à expulsão dos hebreus, determinando o início da Diáspora (dispersão) do povo judeu por vários países;
Þ  A partir do século VII, a região tornou-se pátria de uma maioria muçulmana de língua árabe, que conviveu com minoria de judeus e cristãos por mais de um milênio;
Þ  No final do século XIX a região começou a receber migração maciça de judeus que fugiam de perseguições na Rússia;
Þ  Nasceu nessa época, e ganhou expressão política, o ideal sionista de criar uma pátria judaica na Palestina, considerada a “terra prometida”;
Þ  Em 1916, em meio à Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu a Palestina como mandato da Liga das Nações (organização internacional precursora da ONU);
Þ  Em 1922, a Liga das Nações aprovou a Declaração Balfour (1917), na qual o Reino Unido se comprometia a criar na região um Estado nacional judaico;
Þ  Como consequência dessa declaração de intenções e da sua aprovação pela Liga das Nações a entrada de judeus na região cresceu ainda mais;
Þ  Com a declaração da Segunda Guerra Mundial, o número de imigrantes judeus aumentou muito devido à entrada dos que procuravam refúgio do terror nazista: os judeus eram 11% da população da Palestina em 1922 e chegaram a 32% em 1946;
Þ  Em novembro de 1947, a recém-criada ONU aprovou a partilha da Palestina sob mandato britânico, com a criação de um Estado judeu (56,7% da área), um Estado palestino (42,6% da área) e um território internacional que corresponde à cidade de Jerusalém (os restantes 0,7%).
Þ  Com a retirada dos ingleses, instalou-se na região uma desordem generalizada, que culminou com a proclamação do Estado de Israel (14 de maio de 1948);
Þ  Tropas da Liga Árabe, formada por Egito, Iraque, Transjordânia, Líbano e Síria, invadiram a região, declarando guerra ao novo Estado de Israel;
Þ  Teve início, assim a primeira guerra árabe-israelense, que se estendeu até 1949;
Þ   Israel venceu a guerra e tomou parte das terras que, segundo a partilha aprovada pela resolução da ONU, pertenciam aos palestinos;
Þ  Essa ação provocou a fuga de 1 milhão de pessoas e deu início ao impasse político denominado Questão Palestina (luta dos palestinos pela recuperação de seus territórios  e pela criação de um Estado autônomo);
Þ  Com a conquista de um território e a expansão de sua população, os judeus (que tinham vivido quase 1900 anos como apátridas) lançaram os árabes palestinos à condição de refugiados e apátridas, criando uma situação geopolítica insustentável que se estende até hoje;
Þ  Em outubro de 1956, estourou a segunda guerra árabe-israelense, a Guerra do Suez;
Þ  Ela foi motivada por três fatores:
·  Nacionalização do canal de Suez, (administrado por ingleses e        franceses);
·           Impedimento de seu uso por navios israelenses;
·           Fechamento do estreito de Tiran, que dava entrada ao maior porto de entrada de petróleo em Israel, posto de Eilat;
Þ  Israel declarou guerra ao Egito, ocupando o Sinai, e abriu o porto de Eilat, enquanto o canal era atacado pela França e pelo Reino Unido;
Þ  O conflito se encerrou com a ingerência norte-americana e soviética;
Þ  Em 1959, sob o comando de Yasser Arafat, surgiu uma organização denominada al-Fatah, que pretendia criar um Estado palestino por meio da luta armada;
Þ  Em 1964, com o apoio de outras lideranças do mundo árabe, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que após 1969 passou a ser dirigida por Arafat;
Þ  Em 1975 a OLP foi reconhecida como a única representante do povo palestino;
Þ  Em junho de 1967, teve início a terceira guerra árabe-israelense, a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel abriu três frentes de conflito, ocupando a Faixa de gaza e a península do Sinai (Egito), a Cisjordânia (Jordânia) e as Colinas de Golan (Síria);
Þ  A guerra provocou mais uma diáspora palestina;
Þ  Em outubro de 1973, teve início à quarta guerra árabe-israelense, a Guerra do Yon Kippur, na qual a Síria e Egito atacaram Israel na tentativa de recuperar as terras perdidas em 1967e que vinham sendo rapidamente ocupadas por colonos israelenses;
Þ  O conflito se alongou e se internacionalizou, gerando a Crise do Petróleo;
Þ  Com a interferência norte-americana, foi assinado o Acordo de Camp David, que deu início à retirada israelense do Sinai (iniciada em1979 e completada em 1982);
Þ  Em junho de 1982, encerrada a retirada do Sinai e acalmados os conflitos na sua fronteira sul, Israel partiu para a invasão do Líbano. Alegando a necessidade de destruir as bases de guerrilheiros palestinos ali presentes, chegou até Beirute;
Þ  A partir de 1987, teve início a Intifada que tentou impedir o estabelecimento de novas colônias judaicas nos territórios ocupados por Israel;
Þ  Em setembro de 1993, Israel assinou um acordo com a OL, pelo qual se reconheciam mutuamente e previam a instalação de um regime de autonomia limitada para os palestinos da Faixa de Gaza e da Cidade de Jericó;
Þ  Em outubro do mesmo ano ocorreu assinatura do acordo de paz entre Israel e a OLP, dando autonomia provisória para a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó (Cisjordânia)
Þ  Em setembro de 2000 começou a Segunda Intifada após a controvertida visita de Ariel Sharon, líder da oposição israelense à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém;
Þ  Em março de 2002 Israel lança a maior ofensiva na Cisjordânia desde 1967 e grande parte do quartel general de Arafat é destruído, embora ele sobreviva;
Þ  Em junho de 2002 teve início a construção do muro de separação entre Israel e a Cisjordânia;
Þ  Em novembro de 2003, Ariel Sharon divulga seu plano de separação dos palestinos;
Þ  Em fevereiro de 2004, Sharon anuncia a intenção de desmantelar as colônias israelenses na faixa de Gaza;
Þ  Em novembro de 2004, Arafat morre em Paris;
Þ  Em janeiro de 2005 Mahmoud Abbas é eleito presidente da ANP e em junho se reúne com Sharon, em Jerusalém;
Þ  Em agosto de 2005, Israel retira 21 assentamentos de Gaza e quatro colônias instaladas na Cisjordânia;
Þ  Em setembro de 2005 os palestinos declaram fim da trégua dos ataques contra Israel.
Fonte: retirado do livro Geografia Geral Geopolítica, 4ª edição 2007. Sistema Anglo de Ensino. 


Oriente Médio

Þ      O Oriente Médio faz parte do mundo islâmico;
Þ      Região que se estende da costa atlântica da África até a fronteira com Índia e Paquistão;
Þ      No sentido norte e sul, desde o Cazaquistão e Rússia até a região dos lagos africanos;
Þ      Com certa descontinuidade espacial, encontramos manifestações desse mundo islamizado em outros países, como Bangladesh, malásia, Paquistão e Indonésia;
Þ      Uma observação feita em regiões distintas do mundo islâmico mostra que em 36 países da região citada, os islamitas são a maior parte da população (mais de 76%);
Þ      Em 4 outros países são mais que 51%, constituindo-se, portanto, numa força demográfica, econômica e política respeitável;
Þ      O número de fiéis ao islamismo está crescendo rapidamente;
Þ      Segundo dados da ONU, ele aumenta 10% ao ano, constituindo-se na religião que mais se expandiu no mundo na segunda metade do século XX;  
Þ      Em função disso, ingressamos no século XXI com o islamismo sendo a religião seguida por cerca de 1,3 bilhões de adeptos, superada apenas pelo conjunto dos cristãos, que somam 2,1 bilhões;
Þ      Esse processo de acelerada expansão vem ocorrendo de duas formas:
·           Conquista do Estado – É uma forma relativamente rara nos dias de hoje, embora tenha sido a principal forma de expansão na Antiguidade. Um dos poucos exemplos recentes é o Irã, onde o aiatolá (chefe religioso) Khomeini tomou o poder em 1979.
·           Conversão das pessoas – É a forma como mais cresce o número de adeptos na atualidade. Os líderes islamitas têm investido na construção de centenas de mesquitas e na difusão do Corão em mais de 50 países do mundo, inclusive no Brasil.
Þ      O Oriente Médio é caracterizado por profundos contrastes sociais, culturais e econômicos;
Þ      Em meio a desertos, com temperatura atmosférica que pode atingir mais de 45º C à sombra, surgem grandes cidades, onde modernos edifícios refrigerados por meio de sistemas de ar condicionado convivem com antigas e pobres construções feitas com argila amassada;
Þ      Lado a lado, eficientes poços artesianos e barrentos poços d’água dividem espaço;
Þ      O computador já é comum nas lojas e nos escritórios de diversos países da região, trazendo eficiência e modernidade;
Þ      As tradições religiosas continuam dominando o cotidiano popular;
Þ      Cinco vezes ao dia o trabalho é interrompido, tudo fecha, tapetes são estendidos no chão e quase todos fazem suas preces voltados para Meca (cidade onde nasceu o profeta Maomé);
Þ      A modernização da economia e dos hábitos (trazida na maior parte das vezes, pelo capital conseguido com as exportações de petróleo e derivados) e a sua convivência com antigas tradições religiosas e culturais, caracterizando, assim, um mundo em transformação, mas que se mantém amarrado ao passado;
Þ      A origem do Islã se dá nas redondezas da cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, por volta do ano 600 d.C;
Þ      Naquela época, um pequeno mercador chamado Maomé relatou que, em um de seus retiros espirituais, recebeu a visita do anjo Gabriel;
Þ      O anjo lhe revelou a existência de um único Deus (chamado de Alá), criador do mundo e juiz de todos os homens;
Þ      Disse ainda que o Paraíso só seria atingido pelos homens que amassem a esse Deus com sinceridade absoluta, a ele dirigissem suas preces diárias e praticassem a caridade por toda a vida;
Þ      Maomé realizava a pregação da nova religião especialmente no povoado em que vivia;
Þ       Meca, nessa época era o centro de cultos politeístas e para onde se dirigiam milhares de peregrinos todos os anos;
Þ      A nova religião pregada por Maomé era monoteísta e ameaçava essas crenças, pondo em risco os negócios dos comerciantes locais;
Þ      Fugiu para um povoado vizinho chamado Iatrebe, onde conquistou proteção e apoio popular;
Þ      Não demorou em unificar e chefiar várias tribos regionais, criando um poderoso exército;
Þ      O exército de crentes formado por Maomé passou a atacar caravanas que se dirigiam a Meca, enriquecendo e ampliando seu poder;
Þ      As constantes vitórias fortaleceram a unidade do grupo e chamaram a atenção de novas tribos, facilitando a expansão da nova religião;
Þ      Maomé fundou o islão, um estado teocrático, com sede na cidade de Iatrebe, que passou a ser chamada de Medina (Cidade do Profeta);
Þ      Foi a partir dessa época que o termo islamita começou a designar a pessoa que vive no Islão e segue a religião islamita, e o termo muçulmano, a significar aquele que é fiel e se submete ao Islã;
Þ      Maomé foi o construtor da primeira mesquita, estabeleceu a cobrança do dizimo entre os crentes e escreveu os princípios doutrinários do islamismo num livro chamado Corão;
Þ      O Corão é considerado depositário direto de das palavras de Deus, ditadas a Maomé por um anjo;
Þ      Seu credo, baseado na Lei islâmica (Shari’a), é constituído por seis normas básicas, conhecidas como os pilares do islamismo;
Þ      São elas:
·           Shahada – a constante confissão de fé;
·           Salat – o culto através das preces, cinco vezes ao dia;
·           Zakat – os atos de caridade através da esmola e do dízimo;
·           Hadj – a peregrinação dos homens a Meca ao menos uma vez na vida;
·           Saum – o jejum do Ramadã realizado no nono (mês sagrado) do calendário muçulmano;
·           Jihad – a Guerra Santa.
Þ      Os seguidores do islamismo separaram-se em diversos grupos. Destacam-se entre essas diferentes vertentes dois grupos:
·           Sunitas (fiéis à tradição) – Formam o grupo mais numeroso nos dias de hoje. São aqueles que seguem a Sunnah, ou seja, a prática do profeta. Segundo os sunitas, as palavras e os atos de Maomé devem ser seguidos durante toda a vida. Os muçulmanos sunitas caracterizam-se por sua moderação política e pelo forte senso comunitário;
·           Xiitas (seguidores de Ali) – Surgiram após o quarto califa (primo e genro de Maomé, chamado Ali). Após sua morte no ano de 656, teve início a divergência que até hoje separa esse grupo dos sunitas. Os xiitas passaram a acreditar que somente os descendentes de Ali tinham direito de dirigir a comunidade islâmica, pois Maomé teria revelado os profundos versos do Corão, que desde então teriam passado de um imã para outro. O imã, divinizado pelos xiitas, é considerado infalível e portador da luz divina. Entre os xiitas, são comuns os rituais carregados de emoção e autoflagelação, pois consideram o sofrimento como benéfico para a alma. Já os sunitas, essa prática é inadmissível, sendo seus rituais e preces endereçados diretamente a Alá.      
Þ      A maioria da população do Oriente Médio é islamita sunita, mas no Irã e no Iraque os xiitas são maioria (90% e 55%, respectivamente);
Þ      Há duas exceções na região: Israel, onde mais de 80% da população é judia e o Líbano, onde quase 40% são cristãos;
Þ      Desde a criação do primeiro estado islâmico por Maomé, a expansão territorial desses povos seguidores do islamismo não cessou;
Þ      Após os quatro califas, teve início a Dinastia Omíada, que passou a controlar o poder islâmico e eleger os novos califas;
Þ      O governo foi transferido para Damasco (atual Síria), e a expansão territorial continuou, sendo marcada pela invasão da Península Ibérica (711);
Þ      No ano de 752, o poder islâmico, tomado pela Dinastia Absida, foi transferido para outra capital, Bagdá (no atual Iraque);
Þ      A partir do século XI, os turcos da região do Cazaquistão se converteram ao islamismo e se expandiu para o oeste, ocupando a cidade de Constantinopla em 1453;
Þ      A cidade de Constantinopla a passou a se chamar Istambul, tornando-se a nova capital islâmica e concentrando o poder nas mãos do sultão otomano;
Formou-se assim um dos maiores impérios desse período, o Império Turco-Otomano, que só teria fim e seria fragmentado, após a Primeira Guerra Mundial (1918). 

Fonte: retirado do livro de Geografia Geral, Geopolítica, 4ª edição 2007. Sistema Anglo de ensino.

domingo, 6 de novembro de 2011

                  Irã
 País do Oriente Médio asiático;
 Área: 1. 648 195 Km²;
 Capital Teerã;
 Cidades: Teerã, Mashhad, Esfahan, Karaj, Tabriz, Shiraz;
 Idiomas: persa, turco, curdo árabe;
 Moeda: rial iraniano;
Composição da população: iranianos 66%, azeris 20%, curdos 5%, árabes 4%, Iures 1%, outros 4%;
Religião: Islamismo 98,7%, outras 1%, agnosticismo 0,3%;
Clima: árido subtropical e subtropical de altitude;     
Banhado pelo Mar Cáspio e pelo Oceano Índico (no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã);
Limitado ao norte com a Armênia, o enclave azerbaijano de Nakichevan, o Azerbaijão e o Turcomenistão;
A leste com o Afeganistão e o Paquistão, e a oeste com o Iraque e a Turquia;
Desertos: Kavir, Lut e Naomid;
Rede hidrográfica estável pertence a três bacias: Mar Cáspio, Mesopotâmica e da Costa;
Rios: Araks (fronteira com Azerbaijão), Safid Rud (nasce no Curdistão), Karum (nasce nos Montes Zagros e desemboca no Shatt Al Arab), Helleh, Mand, Kol, Kija;
O maior lago do país é o Urmia, varia de 4500 a 6000 m²de acordo com a estação do ano. O lago possui águas salgadas devido à evaporação;
Aliás, "Pérsia", o nome anterior do Irã, vem, segundo autores gregos, de Perses, filho de Perseu, antepassado mitológico dos antigos reis persas;
Havia uma cidade de nome Parsa ou Parsis, onde atualmente existe o distrito de Fars (palavra em aramaico, que significa Pérsia), no sul do Irã, próximo de Persépolis;
A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921;
A derrubada da dinastia Qajar levou ao poder o xá Reza Pahlevi, que mudou o nome do país, em 21 de março de 1935, de Pérsia para Irã;
Em 1941, durante a II Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos;
Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlevi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável;
Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último;
O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos de 1970;
Com apoio americano e o britânico, Reza Pahlevi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia;
Muçulmanos, comunistas e liberais promoveram a Revolução Iraniana de 1979, que provocou a fuga do xá, com o retorno do aiatolá Ruhollah Khomeini, que estava exilado na França, para ser o chefe máximo do país;
Estabeleceu-se uma república islâmica com leis conservadoras inspiradas no Alcorão e com o controle político nas mãos do clero;
Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente, e os Estados Unidos em particular, pelo apoio dado ao xá;
As relações com os EUA foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da embaixada americana como reféns;
Posteriormente, houve tentativas de expandir a revolução islâmica a outros países e foi concedido apoio aos grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano;
A partir de 1980, o Irã e o Iraque de Saddam Hussein (apoiado pelos EUA) partiram para o confronto, numa guerra que durou oito anos;
Reformistas e conservadores continuam a se enfrentar no Irã, mas desta vez por intermédio da política;
A vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de 2005 tem provocado aumento nas tensões entre o Irã e os EUA, em especial no que se refere ao programa nuclear iraniano;
Como é uma República Islâmica, além do presidente Ahmadinejad, o país tem no aiatolá Ali Khamenei o seu Chefe Supremo.
O governo iraniano é definido como teocrático, ou seja, regido pelas leis da religião.
              Governo
O Irã passou por um período de moderação no que se refere a governo. Sayed Mohammad Khatami obtém vitória esmagadora (69,1% dos votos) na eleição presidencial de 1997;
Khatami assume o governo com o apoio das mulheres, dos jovens e dos intelectuais, atraídos por promessas de abrandamento dos rigorosos códigos sociais;
O presidente rompe com anos de isolamento e dá início a uma política de aproximação com o Ocidente;
Em 1998, retira o apoio à sentença de morte contra Salman Rushdie;
As mulheres conquistam o direito de pleitear bolsas de estudo no exterior e de usar vestimentas coloridas no lugar do xador – o traje preto que cobre o corpo das muçulmanas;
Os estudantes da Universidade de Teerã protestam em 1999 contra a aprovação da lei que censura jornais reformistas;
Extremistas islâmicos auxiliados pela polícia invadem dormitórios da universidade, causando cinco mortes e dezenas de feridos;
Nas eleições de 2000, a bancada reformista torna-se majoritária no Parlamento (Majlis) pela primeira vez desde 1979;
Os conservadores que controlam o Judiciário reagem e fecham 40 jornais e revistas liberais nos meses seguintes;
Nas eleições de 2001, o reformista Khatami é reeleito com 78% dos votos;
Apesar de contar com a maioria parlamentar, ele não consegue por em prática vários projetos, por causa da oposição exercida pelo Conselho dos Guardiões;
O Conselho dos Guardiões é chefiado pelo aiatolá Ali Khamenei que tutela os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
Mahmoud Ahmadinejad é eleito em 2005, ao obter quase 62% dos votos dos 47 milhões de eleitores, no segundo turno, derrotando o líder religioso moderado Hashemi Rafsanjani;
Ahmadinejad é radical defensor dos valores da Revolução Islâmica;
Sua gestão é marcada pela defesa do programa nuclear do país, que o presidente assegura ser para fins pacíficos;
Ao posicionar a favor da destruição do Estado de Israel e colocar em dúvida a ocorrência do holocausto de judeus durante a II Guerra Mundial, Ahmadinejad provoca indignação internacional;
O Irã é acusado de fornecer armas e recursos ao grupo fundamentalista libanês Hezbollah;
Ahmadinejad enfrenta oposição interna de setores moderados, pois sua política e arrogância prejudica a economia do país;
Nas eleições de 2009 o candidato oposicionista Mir Hossein Mousavi obtém apoios expressivos em Teerã;
Os oposicionistas veem a possibilidade de derrotar Ahmadinejad evitando uma reeleição;
A apuração dos votos indica vitória de Ahmadinejad no primeiro turno com 63% dos votos, contra 34% de Mousavi;
A vitória de Ahmadinejad provoca a revolta dos oposicionistas, pois tudo indica ter havido fraude;
As manifestações são reprimidas violentamente e há pelo menos vinte mortes confirmadas;
Em 2010, são executados dois homens presos durante as manifestações eleitorais contra a vitória de Ahmadinejad;
No Irã, no ano de 2009, foram executadas um total de 388 pessoas, pois a pena de morte funciona no país;
Em junho 2010, a ONU aprova novas sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear;
A iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por lapidação (apedrejamento), sob a acusação de adultério e participação no assassinato do marido, ganha repercussão internacional;
Uma campanha em vários países pede a libertação de Sakineh;
O governo brasileiro intervém e sugere conceder asilo político a iraniana, mas a proposta é recusada;
O governo cede à pressão e anuncia a suspensão da execução e a revisão do processo que levou à execução;
Nos dias atuais, o Brasil se mostra indiferente à situação iraniana. A presidente Dilma adotou uma postura mais firme se comparada ao ex-presidente Lula;
O Irã continua sendo governado pelo líder supremo, o Aiatolá Ali Khamenei e tendo o presidente Mahmoud Ahmadinejad como o seu testa de ferro, pois quem manda de um modo geral é o Conselho dos Guardiões.  
                 Fonte: Grande Atlas Universal, 2004. Ed. Sol;  Almanaque Abril, 2011; O Estado de São Paulo, 2010.