domingo, 6 de novembro de 2011

                  Irã
 País do Oriente Médio asiático;
 Área: 1. 648 195 Km²;
 Capital Teerã;
 Cidades: Teerã, Mashhad, Esfahan, Karaj, Tabriz, Shiraz;
 Idiomas: persa, turco, curdo árabe;
 Moeda: rial iraniano;
Composição da população: iranianos 66%, azeris 20%, curdos 5%, árabes 4%, Iures 1%, outros 4%;
Religião: Islamismo 98,7%, outras 1%, agnosticismo 0,3%;
Clima: árido subtropical e subtropical de altitude;     
Banhado pelo Mar Cáspio e pelo Oceano Índico (no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã);
Limitado ao norte com a Armênia, o enclave azerbaijano de Nakichevan, o Azerbaijão e o Turcomenistão;
A leste com o Afeganistão e o Paquistão, e a oeste com o Iraque e a Turquia;
Desertos: Kavir, Lut e Naomid;
Rede hidrográfica estável pertence a três bacias: Mar Cáspio, Mesopotâmica e da Costa;
Rios: Araks (fronteira com Azerbaijão), Safid Rud (nasce no Curdistão), Karum (nasce nos Montes Zagros e desemboca no Shatt Al Arab), Helleh, Mand, Kol, Kija;
O maior lago do país é o Urmia, varia de 4500 a 6000 m²de acordo com a estação do ano. O lago possui águas salgadas devido à evaporação;
Aliás, "Pérsia", o nome anterior do Irã, vem, segundo autores gregos, de Perses, filho de Perseu, antepassado mitológico dos antigos reis persas;
Havia uma cidade de nome Parsa ou Parsis, onde atualmente existe o distrito de Fars (palavra em aramaico, que significa Pérsia), no sul do Irã, próximo de Persépolis;
A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921;
A derrubada da dinastia Qajar levou ao poder o xá Reza Pahlevi, que mudou o nome do país, em 21 de março de 1935, de Pérsia para Irã;
Em 1941, durante a II Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos;
Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlevi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável;
Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último;
O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos de 1970;
Com apoio americano e o britânico, Reza Pahlevi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia;
Muçulmanos, comunistas e liberais promoveram a Revolução Iraniana de 1979, que provocou a fuga do xá, com o retorno do aiatolá Ruhollah Khomeini, que estava exilado na França, para ser o chefe máximo do país;
Estabeleceu-se uma república islâmica com leis conservadoras inspiradas no Alcorão e com o controle político nas mãos do clero;
Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente, e os Estados Unidos em particular, pelo apoio dado ao xá;
As relações com os EUA foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da embaixada americana como reféns;
Posteriormente, houve tentativas de expandir a revolução islâmica a outros países e foi concedido apoio aos grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano;
A partir de 1980, o Irã e o Iraque de Saddam Hussein (apoiado pelos EUA) partiram para o confronto, numa guerra que durou oito anos;
Reformistas e conservadores continuam a se enfrentar no Irã, mas desta vez por intermédio da política;
A vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de 2005 tem provocado aumento nas tensões entre o Irã e os EUA, em especial no que se refere ao programa nuclear iraniano;
Como é uma República Islâmica, além do presidente Ahmadinejad, o país tem no aiatolá Ali Khamenei o seu Chefe Supremo.
O governo iraniano é definido como teocrático, ou seja, regido pelas leis da religião.
              Governo
O Irã passou por um período de moderação no que se refere a governo. Sayed Mohammad Khatami obtém vitória esmagadora (69,1% dos votos) na eleição presidencial de 1997;
Khatami assume o governo com o apoio das mulheres, dos jovens e dos intelectuais, atraídos por promessas de abrandamento dos rigorosos códigos sociais;
O presidente rompe com anos de isolamento e dá início a uma política de aproximação com o Ocidente;
Em 1998, retira o apoio à sentença de morte contra Salman Rushdie;
As mulheres conquistam o direito de pleitear bolsas de estudo no exterior e de usar vestimentas coloridas no lugar do xador – o traje preto que cobre o corpo das muçulmanas;
Os estudantes da Universidade de Teerã protestam em 1999 contra a aprovação da lei que censura jornais reformistas;
Extremistas islâmicos auxiliados pela polícia invadem dormitórios da universidade, causando cinco mortes e dezenas de feridos;
Nas eleições de 2000, a bancada reformista torna-se majoritária no Parlamento (Majlis) pela primeira vez desde 1979;
Os conservadores que controlam o Judiciário reagem e fecham 40 jornais e revistas liberais nos meses seguintes;
Nas eleições de 2001, o reformista Khatami é reeleito com 78% dos votos;
Apesar de contar com a maioria parlamentar, ele não consegue por em prática vários projetos, por causa da oposição exercida pelo Conselho dos Guardiões;
O Conselho dos Guardiões é chefiado pelo aiatolá Ali Khamenei que tutela os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
Mahmoud Ahmadinejad é eleito em 2005, ao obter quase 62% dos votos dos 47 milhões de eleitores, no segundo turno, derrotando o líder religioso moderado Hashemi Rafsanjani;
Ahmadinejad é radical defensor dos valores da Revolução Islâmica;
Sua gestão é marcada pela defesa do programa nuclear do país, que o presidente assegura ser para fins pacíficos;
Ao posicionar a favor da destruição do Estado de Israel e colocar em dúvida a ocorrência do holocausto de judeus durante a II Guerra Mundial, Ahmadinejad provoca indignação internacional;
O Irã é acusado de fornecer armas e recursos ao grupo fundamentalista libanês Hezbollah;
Ahmadinejad enfrenta oposição interna de setores moderados, pois sua política e arrogância prejudica a economia do país;
Nas eleições de 2009 o candidato oposicionista Mir Hossein Mousavi obtém apoios expressivos em Teerã;
Os oposicionistas veem a possibilidade de derrotar Ahmadinejad evitando uma reeleição;
A apuração dos votos indica vitória de Ahmadinejad no primeiro turno com 63% dos votos, contra 34% de Mousavi;
A vitória de Ahmadinejad provoca a revolta dos oposicionistas, pois tudo indica ter havido fraude;
As manifestações são reprimidas violentamente e há pelo menos vinte mortes confirmadas;
Em 2010, são executados dois homens presos durante as manifestações eleitorais contra a vitória de Ahmadinejad;
No Irã, no ano de 2009, foram executadas um total de 388 pessoas, pois a pena de morte funciona no país;
Em junho 2010, a ONU aprova novas sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear;
A iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por lapidação (apedrejamento), sob a acusação de adultério e participação no assassinato do marido, ganha repercussão internacional;
Uma campanha em vários países pede a libertação de Sakineh;
O governo brasileiro intervém e sugere conceder asilo político a iraniana, mas a proposta é recusada;
O governo cede à pressão e anuncia a suspensão da execução e a revisão do processo que levou à execução;
Nos dias atuais, o Brasil se mostra indiferente à situação iraniana. A presidente Dilma adotou uma postura mais firme se comparada ao ex-presidente Lula;
O Irã continua sendo governado pelo líder supremo, o Aiatolá Ali Khamenei e tendo o presidente Mahmoud Ahmadinejad como o seu testa de ferro, pois quem manda de um modo geral é o Conselho dos Guardiões.  
                 Fonte: Grande Atlas Universal, 2004. Ed. Sol;  Almanaque Abril, 2011; O Estado de São Paulo, 2010.